A mulher gorda, mais do que o homem, é segregada e anulada. Mas o peso que mais a incomoda não é aquele registrado na balança – é o da consciência. Quase inevitável, as explicações dadas para a gordura apontam para o fracasso da própria mulher em controlar seu peso, seu apetite e seus impulsos. As mulheres que sofrem do problema da compulsão de comer (que ataca quase todas as gordas) suportam uma dupla angústia: sentem-se desajustadas socialmente e acreditam ser as únicas culpadas por isso. [...] Se torna cada dia mais claro que a gordura é uma questão feminista. Ela é um problema social, nada tem a ver com a falta de controle ou de força de vontade da mulher, mas pode se tornar uma curiosa forma de protesto.
Gordura é uma questão feminista, de Susie Orbach, 1976.
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